Pesquisar

Galeria de Reitores

SITE GR

 

unnamed 

A Universidade Federal do Rio de Janeiro completou ontem, 7/9, 96 anos de uma trajetória de lutas, mudanças e crescimento. Referência nacional em ensino, pesquisa e extensão nos diversos campos do conhecimento, a UFRJ participa ativamente da construção da história nacional. Para celebrar mais esse aniversário, foi apresentada ao Conselho Universitário, hoje (8/9), a marca do programa A UFRJ Faz 100 Anos, iniciando a contagem regressiva para o centenário da Universidade em 2020. Rogéria de Ipanema, coordenadora do programa, afirma que a construção diária da UFRJ é o principal destaque: “O ‘faz’ no título do programa é emblemático porque estamos caminhando para os 100 anos. Não se trata apenas de uma passagem, é uma vivência”. O programa A UFRJ Faz 100 Anos compreenderá mais de 15 eventos e projetos que serão usados para estimular a reflexão sobre a Universidade pela comunidade que a compõe. Segundo Ipanema, o programa busca “retirar o momento de apenas celebração para pensarmos e refletirmos o fazer 100 anos. Para falar, sensibilizar, se enxergar e se reconhecer no fazer a UFRJ”. A marca do centenário já pode ser vista em alguns pontos da Cidade Universitária. O design e os diferentes usos a serem adotados foram pensados pela equipe do Laboratório Gráfico de Comunicação Visual (LabGraf) da Escola de Belas Artes (EBA/UFRJ). Para Marcus Dohmann, coordenador do Laboratório, a marca “dialoga bem com outros elementos gráficos da Universidade, como o brasão e os logotipos das escolas. Além disso, ela reflete a construção dos 100 anos, bloco a bloco”. Outro aspecto presente na marca dos 100 anos é a pluralidade da UFRJ. “Dentro da sua identidade, ela pode assumir outras identidades. É a síntese do cubo mágico: os blocos se reorganizam com várias experimentações e possibilidades”, ressaltou Dohmann. Muitos aniversários, uma universidade Em 7/9/1920, o presidente Epitácio Pessoa assinou o decreto n° 14.343, que reuniu a Escola Politécnica e as faculdades de Medicina e Direito do Rio de Janeiro para formar a Universidade do Rio de Janeiro, lançando as bases do que viria a se tornar a maior instituição pública de ensino superior do Brasil. Historicamente, as unidades fundadoras da UFRJ possuem mais de 100 anos. O curso mais antigo, iniciado na especialidade do Desenho de Engenharia, precursor da Escola Politécnica, fará 225 anos em 2017, ano em que a Faculdade Nacional de Direito completará 190 anos. Em 2018, será a Faculdade de Medicina, oriunda da antiga Escola Anatômica, Cirúrgica e Médica do Rio de Janeiro, completará 210 anos. A Escola de Belas Artes, de 1816, e o Museu Nacional, de 1818, também comemoram o bicentenário. A UFRJ Faz 100 Anos é um evento de celebração aos vários aniversários existentes na Universidade, durante os próximos quatro anos, conforme ressalta Rogéria de Ipanema: “Os aniversários mais antigos e mais novos também fazem parte da história da UFRJ. As unidades, os cursos, as pessoas são parte do que faz os 100 anos. É o que a gente faz todo dia, do cotidiano ao extraordinário”.

 

Fonte: Portal UFRJ

 

 

O Conselho Universitário (Consuni) da UFRJ decidiu por unanimidade e aclamação revogar o título de Doutor Honoris Causa concedido, em 1972, ao general Emílio Garrastazu Médici, Presidente da República durante o Regime Militar. A votação ocorreu na tarde desta quinta-feira, 10 de dezembro, em sessão ordinária.

A anulação do título configura “reparação moral aos estudantes e professores da UFRJ torturados, mortos e desaparecidos e como resgate da dignidade acadêmica do Conselho Universitário”, afirma o relatório da Comissão da Memória e Verdade (CMV) da UFRJ, responsável pela proposta de revogação.

O reitor da UFRJ, Roberto Leher, afirmou que o título jamais deveria ter sido concedido ao general, e que durante a ditadura, incluindo o período Médici, “foram violados todos os princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário”.

De acordo com a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos (CEMD), 24 estudantes e dois professores da UFRJ foram assassinados ou desapareceram quando o general governou o país.

“Inadmissível que, ao invés de seus nomes, esteja inscrito na lista dos homenageados desta universidade um dos principais responsáveis pela violência e morte que os vitimou, eles e tantos outros, jovens e não jovens, que não se submeteram ao arbítrio e à brutalidade”, diz o relatório da CMV-UFRJ.

A CEMD registra 362 mortos e desaparecidos no país durante a ditadura, sendo 149 apenas durante o governo Médici, entre 1969 e 1974.

Os professores Carlos Vainer e Marco Aurélio Santana, respectivamente presidente e coordenador dos trabalhos da CMV-UFRJ apresentaram resultados dos trabalhos da comissão, em sessão que abriu a palavra à Nadine Borges, da Comissão Nacional da Verdade, Tatiana Roque, presidente da Associação de Docentes da UFRJ (Adufrj), à professora Jessie Jane, de reconhecida luta contra o golpe, e membros do Conselho.

Em cerimônia marcada pela indignação e comoção, alunos, professores e técnicos da universidade relataram episódios do período, marcado pela violação de direitos na universidade e fora dela.

Leher destacou que a revogação tem um valor simbólico muito importante, pois hoje é celebrado Dia Internacional dos Direitos Humanos.

 

Fonte: Portal UFRJ

 

 

É o prédio do Instituto de Pediatria e Puericultura da UFRJ, que marca a inauguração do campus da Cidade Universitária em 1953. Interessante registrar que na memória coletiva muitos acreditam que a Cidade Universitária foi pensada pelo regime civil-militar na década de 1970. Lembramos que algumas obras foram finalizadas em 1972, no governo Médici, e por isso as lembranças foram enquadradas neste momento.

 

 

 

A comunidade da UFRJ tem muito o que celebrar no dia 7 de setembro de 2015, data em que celebramos os 95 anos de nossa instituição. É possível afirmar que a criação da UFRJ, a partir de escolas pré-existentes, foi o fato cultural mais importante do início do século XX no país.

A criação da universidade possibilitou não apenas uma instituição de ensino organizada e sistemática. Muito além do ensino, a UFRJ foi se constituindo como instituição com crescente dedicação à pesquisa e, sobretudo, à produção de um conhecimento original em diversos domínios: das engenharias às áreas da saúde, da Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) aos estudos sobre o Estado nacional na Faculdade Nacional de Direito, da cultura à educação, a Universidade do Brasil contribuiu para que o país pudesse pensar os seus dilemas históricos sob prismas teóricos marcados pela originalidade.

A contribuição de grandes educadores na FNFi, muitos provenientes da Universidade do Distrito Federal, como Anísio Teixeira, possibilitou que a UFRJ fosse se constituindo como uma instituição que logrou a unidade do diverso, não apenas pela interação entre as faculdades e as áreas de conhecimento, mas pela extraordinária diversidade de perspectivas teóricas e epistemológicas. As interações com os principais centros universitários da Europa e Estados Unidos contribuíram para a consolidação de áreas de imensa importância científica e tecnológica para o país, logrando, em especial, a partir da segunda metade do século XX, extraordinária expansão de sua pós-graduação e a constituição de importantes laboratórios de pesquisa, sem perder um ethos muito próprio de sua história: a ousadia e o pensamento inovador de seus estudantes, técnicos e docentes. A busca de conhecimento novo, original, vinculado aos problemas dos povos tem sido, desde então, um sopro renovador da cultura brasileira e um grito de liberdade para o pensamento criativo e emancipatório.

Resistiu aos intentos dogmáticos, autoritários, mesmo antes do golpe empresarial-militar de 1964. Os seus estudantes sempre foram ousados e criativos na interpretação das transformações do tempo histórico! A sua comunidade foi corajosa na defesa da autonomia universitária e, por isso, muitos de seus membros foram cassados, presos, torturados e violentamente assassinados: com sua coragem e suas lutas, escreveram a nobre história de nossa instituição!

Na última década, a instituição foi ampliada, inclusive fora da cidade do Rio de Janeiro, em Macaé e Duque de Caxias, possibilitando uma emocionante mudança no perfil de seus estudantes. Estas mudanças sociais nos instam a repensar as formas de ensinar, a organização acadêmica, o diálogo verdadeiro com a juventude, a pensar a cultura urbana, os fluxos das cidades, as interações simbólicas mediadas pelas tecnologias e, muito importante, as políticas que assegurem direitos estudantis básicos, atualmente negados à maioria que os demandam com justeza. Sem um novo padrão de políticas estudantis, dificilmente a UFRJ se caracterizará como uma instituição democrática aberta a todo o povo. Daí a relevância de uma forte união em prol de políticas de assistência estudantil que possibilitem que todos os estudantes possam ter uma vida universitária plena!

É uma instituição que possui preciosos acervos bibliográficos e de coleções da flora, fauna e de antropologia, assim como da música brasileira. Em seus hospitais, possibilita percursos e processos formativos que garantem uma formação completa na área de saúde e em domínios afins. No Observatório Nacional, contribui para a pesquisa astronômica e astrofísica, mantendo intensa relação com a educação básica e com os museus. A UFRJ vem assegurando conhecimentos estratégicos para que a economia brasileira possa ser mais complexa e justa socialmente, como as pesquisas nas áreas de energia, meio ambiente, transportes, bem como nas ciências da natureza. Desenvolve pesquisas e processos formativos de extraordinária relevância na formação de professores, um dos pilares da função social da universidade.

Em suas salas de aula, grupos de pesquisa, laboratórios, hospitais, pulsa uma intensa energia criadora que permite antecipar cenários que projetem um futuro mais generoso para o país. Com mais verbas para que possa recuperar a sua infraestrutura, exaurida pelos anos e pela escassa manutenção, bem como mais verbas de investimento para ampliar as suas instalações, restaurar as unidades do Complexo Hospitalar e de seus prédios históricos, a UFRJ seguirá uma instituição nacional da maior relevância para a arte, a cultura, a ciência e a tecnologia comprometidas com o bem-viver dos povos.

Reivindicamos o efetivo cumprimento da autonomia universitária para que possamos produzir conhecimento com ética e compromisso com a verdade, sem subordinação aos interesses particularistas. Liberdade de cátedra, participação, expressão e crítica são valores inalienáveis da vida acadêmica. Para que a universidade não fique sob influência de patrocinadores com interesses específicos de lucro, reivindicamos a garantia de um orçamento compatível com as necessidades da instituição! Somente assim a interação com os setores produtivos será fecunda para a instituição e para o país.

A comunidade da UFRJ está ciente de que o futuro da instituição dependerá do porvir da nação. Daí todo nosso compromisso com a democracia, a igualdade social, os direitos sociais e os direitos humanos, as condições socioambientais do planeta e com o conhecimento crítico e emancipatório.

A comunidade da UFRJ presta verdadeira homenagem aos que de fato vêm custeando as nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão: todos os que trabalham arduamente e contribuem, pagando tributos para a manutenção da universidade. Essa história virtuosa não teria sido possível sem o apoio dos que vivem do próprio trabalho e são explorados. Também expressamos reconhecimento a todas as forças sociais que, na sociedade política e na sociedade civil, vêm atuando no sentido de possibilitar melhores condições para a educação pública, laica, universal, comprometida com os grandes problemas dos povos, projeto nacional com o qual nos identificamos!

 

Rio de Janeiro, 7 de setembro de 2015

Roberto Leher

Reitor UFRJ

 
UFRJ SiBI - Divisão de Memória Institucional da UFRJ
Desenvolvido por: TIC/UFRJ