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CARTAO FRENTE

 

Desde a sua origem, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) dialoga com a efeméride da Independência do Brasil, pois a instituição foi forjada a partir da reunião da Escola Politécnica, da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e da Faculdade de Direito pelo Decreto nº 14.343, no dia 7 de setembro de 1920, como Universidade do Rio de Janeiro (URJ), no governo de Epitácio Pessoa (1912-1922). A criação da URJ interage diretamente com o contexto brasileiro da década de 1920, quando uma série de movimentos sociais, culturais e políticos contribuíram para modificar a arte, a educação e as ciências produzidas no país. Além do próprio centenário da Independência do país comemorado, em 7 de setembro de 1922, com a criação de uma série de comissões com a participação de professores da Universidade e de personalidades ligadas à cultura, às artes e à política na organização dos eventos comemorativos, realizados na cidade do Rio de Janeiro, a capital federal, em que receberam várias autoridades internacionais. Lembramos que no ano de 1922, também houve a Semana de Arte Moderna promovida em São Paulo que rompeu com os cânones do academicismo das artes plásticas, da literatura e da música produzidas no Brasil; foi criada a Academia Brasileira de Ciências (ABC); e, em 1924, foi instituída a Associação Brasileira de Educação (ABE).

Ao desenvolver esta exposição sobre o significado do dia 7 de setembro para a Universidade, nos deparamos com algumas disputas de memória em torno, sobretudo, de suas comemorações e os usos políticos que são feitos dessas celebrações que se coadunam com uma importante data para a história nacional e para o aniversário da instituição. A própria escolha da data oficial para a criação da Universidade, e por conseguinte, as suas comemorações sempre remontam ao uso político do passado nacional. Além da simbologia da data, alguns de seus lugares de memória estão atrelados ao contexto das efemérides da Independência, como o antigo Hotel 7 de Setembro, criado para a comemoração do centenário da Independência para abrigar as autoridades que vieram para as celebrações, e passou a pertencer à Universidade, como o internato da Escola de Enfermagem Anna Nery, posteriormente, tornou-se a Casa do Estudante Universitário (CEU) e onde hoje funciona o Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ (CBAE).

A curadoria desta exposição se propôs a promover uma reflexão sobre os sentidos e os usos políticos desta efeméride para a Universidade Federal do Rio de Janeiro no contexto do centenário, do sesquicentenário e do bicentenário da Independência do Brasil. Enfim, são muitas as apropriações do 7 de setembro para a UFRJ, e compreender tais comemorações, é também analisar a construção das memórias sobre a instituição e sobre a história nacional.

 

Andréa Cristina de Barros Queiroz

Historiadora da UFRJ

Diretora da Divisão de Memória Institucional/SiBI/UFRJ

 

 

 

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