EXPOSIÇÃO
Os 60 anos de 1964 e os impactos na UFRJ
Em 2024, completamos sessenta anos do golpe militar que instaurou uma longa ditadura civil-militar durante 21 anos no país. A fim de rememorar os impactos desse passado autoritário no cotidiano da Universidade Federal do Rio de Janeiro e em seu corpo social estamos divulgando, nesta exposição virtual, as pesquisas que desenvolvemos na Divisão de Memória Institucional do Sistema de Bibliotecas e Informação da UFRJ, como também as pesquisas que desenvolvi no meu projeto de pós-doutorado em História Social do Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ.
Esta exposição está organizada em cinco eixos temáticos: 1º) Controle e patrulhamento; 2º) Coerção e invasões; 3º) Resistência e movimentos sociais; 4º) Expurgos; 5º) Memória, Verdade e Justiça.
Inauguramos a exposição com o debate sobre a questão da vigília constante sobre o corpo social da Universidade, promovida tanto por seus pares e gestores, quanto pelos órgãos de controle e coerção do regime ditatorial, ao identificarmos vários inquéritos policiais militares e o acervo iconográfico do Serviço Nacional de Informação (SNI) antes mesmo do golpe e dossiês sobre o cotidiano da vida universitária. O que se desdobra para o próximo eixo quando demonstramos as invasões aos diferentes campi da UFRJ pelas forças policiais militares registradas por alguns veículos de comunicação e relatórios dos reitores à época disponíveis em nosso acervo sobre a Memória dos Reitores. Dentre essas invasões, destacamos o Massacre da Praia Vermelha, quando as forças policiais invadiram a Faculdade Nacional de Medicina deixando seiscentos estudantes feridos, em 23/09/1966, e a Sexta-feira Sangrenta quando cerca de quatrocentos estudantes foram feridos dentro do Teatro de Arena da Praia Vermelha, em 21/06/1968.
A seguir, identificamos a oposição e a resistência à ditadura promovida pelos movimentos sociais dentro do ambiente universitário, sobretudo, pela atuação do movimento estudantil. No eixo seguinte, detalhamos as perseguições e cassações sofridas pelo corpo social universitário, e por fim, enfatizamos o trabalho de memória que a instituição vem promovendo a fim de denunciar e refletir a violação de direitos humanos que foram cometidos durante esse período autoritário, com especial destaque para a criação e as ações efetivas da Comissão da Memória e Verdade da UFRJ e os resultados do projeto de pesquisa “A UFRJ e a ditadura civil-militar” da Divisão de Memória Institucional/SIBI/UFRJ que se desdobra inclusive nesta exposição.
Por fim, ressaltamos que como legado, destas pesquisas, estamos organizando um acervo de História Oral sobre a trajetória dos professores cassados pela Universidade durante este período histórico. Além disso, desenvolvemos um levantamento da produção acadêmica disponível nas Bibliotecas da UFRJ como forma de divulgação da memória científica destes professores. Lembrar é resistir! Ditadura nunca mais!
Andréa Cristina de Barros Queiroz
Historiadora da UFRJ
Diretora da Divisão de Memória Institucional/SIBI/UFRJ
Consulte aqui a produção intelectual dos professores cassados pela UFRJ durante a ditadura civil-militar (1964-1985) na Base Minerva.
Consulte aqui a listagem dos estudantes da UFRJ perseguidos e cassados pela ditadura civil-militar (1964-1985).
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