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As futuras instalações do Instituto de Física Nuclear


O interêsse pelos estudos de física nuclear levou o govêrno a recomendar à Reitoria da Universidade do Brasil, a construção de um edifício, na Cidade Universitária, anexo às instalações da Escola Nacional de Engenharia, onde pu-dessem trabalhar os cientistas na-cionais que integram o Centro Brasileiro de Pesquisas físicas. Os estudos preliminares, ajustes e de-senvolvimento posteriores do mencionado edifício foram executados no Escritório Técnico da Universidade do Brasil, de que é chefe o engenheiro Luís Hildebrando Horta Barbosa , com a as-sistência do professor Cesar Lattes e de seus companheiros especializados.


Palavras do engenheiro Horta Barbosa


É oportuno observar que a extra-ordinária diversidade de proble-mas urbanísticos, arquitetônicos, de instalação e de execução, que devem ser abordados para a construção de uma Cidade Universitária, onde, ao mesmo tempo, há que projetar estádio, jardim botânico, rêde de esgotos, estações de tratamento de água potável e águas servidas, bibliotecas, audi-tórios, institutos de eletrotécnica, de fí-sica nuclear, de psiquiatria, de pueri-cultura, além de sedes para Escolas e Faculdades superiores, permite avaliar a multiplicidade de técnicos e especia-listas de que necessita o Escritório Téc-nico para levar avante os seus encar-gos. País novo, em fase de rápida in-dustrialização, os poucos técnicos, ar-quitetos e engenheiros realmente expe-rimentados e à altura dos difíceis pro-blemas que caracterizam uma universi-dade moderna, estão inteiramente ab-sorvidos em setores de atividades par-ticulares, onde os honorários são mais altos e as possibilidades econômicas mais vantajosas. A êsse respeito diz-nos o engenheiro Luís Hildebrando Horta Barbosa:

- O Escritório Técnico da Universidade do Brasil, a que estão afetos os traba-lhos de construção da Cidade Univer-sitária, na enseada de Manguinhos, tem, entretanto, conseguido a colabora-ção de alguns profissionais de alto ní-vel, movidos antes pelo entusiasmo e patriotismo que a grande obra desperta do que pelos reduzidos atrativos finan-ceiros que se possa proporcionar.

 

E acentua :

- Convém acrescentar que um de nos-sos melhores colaboradores tem sido o Instituto Nacional de Tecnologia , cujos técnicos têm colaborado no estu-do mecânico do subsolo, no estudo do clima da Ilha Universitária como nas condições de confôrto dos edifícios, nas análises diversas dos materiais de construção, bem como a consultores técnicos que, desinteressada e eficaz-mente, têm concorrido com seus conhecimentos em vários setores espe-cializados do planejamento.


O projeto


O projeto da futura sede do Instituto de Física Nuclear consta de três blocos interligados.

No primeiro bloco, medindo 2.380 m 2 , ficarão localizadas as instalações ad-ministrativas e de ensino, inclusive au-ditório para 300 pessoas.

O segundo bloco, dispondo de 12.400 m 2 , foi reservado para os laboratórios técnicos e de medidas de precisão e para os Gabinetes de estudos teóricos e de cálculo. Nesse mesmo bloco ficarão os geradores de alta tensão e de casca-ta, bem como, em anexo, tôdas as ins-talações experimentais auxiliares.

No terceiro bloco, dotado de ilumina-ção zenital mediante cobertura em sheds, serão colocadas as oficinas es-pecializadas de mecânica e montagem, de ótica, de eletricidade, de sopragem de vidro e outras de natureza especial ligados à técnica nuclear. Inicialmente, êsse bloco medirá 1.000 m 2 . O projeto, porém, prevê acréscimos futuros de mais de 5.000 metros quadrados .

Em sequência e fazendo corpo com ês-te último bloco, será construído um apêndice medindo mais 1.000 m 2 , des-tinado ao sincro-cilotron . Disporá êsse importante setor de grande câmara para o aparelho principal, sala de motores, câmaras de Wilson, contadores Geygers, preparação, alvos, laborató-rios de radio-química e outros anexos.


Esquadrias de alumínio para as obras da Cidade Universitária


O Escritório Técnico da Cidade Uni-versitária solicitou e obteve autorização do Presidente da República para efetuar coletas de preços entre firmas estran-geiras, para o fornecimento de produtos de alumínio de que necessita, para prosseguimento das obras daquele conjunto universitário. O despacho presidencial recomenda ainda ao Mi-nistério da Fazenda que facilite, com presteza, a isenção de impostos alfan-degários e ao Banco do Brasil que conceda cambiais que se tornarem ne-cessárias para a importação em causa.

(...) As esquadrias constituem elemento essencial das fachadas, quer sob o as-pecto funcional da iluminação, ventila-ção e conforto, quer sob o da harmonia plastica. E para tais esquadrias o mate-rial indicado é o aluminínio, por sua re-sistência aos agentes agressivos da at-mosfera, sua leveza e a necessidade de frequentes pinturas protetoras.

Como a produção brasileira é insufici-ente, ainda, o ETUB pensa adquirir o aluminínio, em perfilados, no estran-geiro, de preferência em países onde ti-vermos maiores possibilidades de divi-sas. Serão importadas, em 2 anos, de 800 a 900 toneladas do produto, para serem utilizadas no Hospital de Clíni-cas, Faculdade Nacional de Arquitetu-ra e Escola de Engenharia, cujas fases de construção estão a exigir solução imediata do problema das esquadrias externas.

  

Pesquisado e transcrito por

Antonio José Barbosa de Oliveira
Professor do CBG/UFRJ e colaborador da Divisão de Memória
antoniojosearrobafacc.ufrj.br
 
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