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Cidade Universitária continua crescendo sobre as Nove Ilhas


Dez anos pulando de Ponto em Ponto, Procurando Local Para a Cidade Universitária – Mesmo Com Placentini e Lê Corbusier, Tudo Voltou à Estaca Zero – Afinal , Nove Ilhas formam Uma Ilha Universitária – 0 Que já foi Feito e o Que Resta fazer Para se Completar a Mais Moderna Universidade do Mundo – Padrão máximo em Dez Setores


Pensou-se até em aterrar a Lagoa Rodrigo de Freitas para dar lugar à discutida localização da Cidade Universitária. Durante 10 anos gastou-se muito tempo e muito dinheiro, localizando e transferindo, no papelório dos planos e projetos os pontos escolhidos para a grande obra. Praia Vermelha, Leblon, Gávea, Quinta da Boa Vista, Esplanada do Castelo, Marechal Hermes, Deodoro, Fazenda dos Afonsos, Morro da Viúva, Vila Valqueire, e até Niterói e Petrópolis, além da Lagoa aterrada, passaram pela cogitação das numerosas comissões encarregadas do assunto. Até um ilustre catedrático da Universidade de Roma, professor Marcelo Placentini, foi convidado para dar o seu “palpite”. Veio ao Rio e optou pela Quinta da Boa Vista. Resolvido o problema, pensou-se no plano. Prevaleceu de novo a idéia de se consultar os “cobras” do exterior. Desta vez, também a convite, veio o maior de todos: Le Corbusier, o “super” em arquitetura moderna e funcional. Os nossos arquitetos, todavia, igualmente credenciados em todo o mundo, não gostaram das avançadas concepções “lecorbusianas” e tudo o que se havia feito em tôrno da Cidade Universitária, inclusive localização, voltou à estaca zero. Nem mesmo a Vila Valqueire, que já fora fixada como ponto adequado para a construção da “cidade”, conseguiu escapar da varredura burocrática que pôs de lado tudo quanto se havia feito de prático e teórico no planejamento do notável empreendimento. E, para começar tudo de novo, criou-se em 1944 uma nova comissão, chefiada pelo engenheiro Luiz Hildebrando de Barros Horta Barbosa.


A ilha universitária


O problema da localização foi então superado e posto em equação norteado pelo propósito, que até aí não se cogitara, de colocar a Cidade Universitária ao alcance fácil e econômico da generosidade dos estudantes. Poucos dispunham de automóvel ou de sobras de dinheiro para transportes diários a longa distância. Além disso, o tempo que perdiam em viagem era roubado dos estudos. E, como resultado da soma de todos estes fatores a Cidade Universitária , aí está, construída numa ilha, perto do centro urbano e que, por sua vez, foi preparado para recebê-la. A Ilha Universitária do Estado da Guanabara, foi feita com a incorporação de nove outras que se espalhavam pela baia, entre a Ponta do Caju e a Ilha do Governador. Todas elas, a do Fundão, Baiacu, Cabras, Pindaí do Ferreira, Pindaí do França, Bom Jesus, Catalão, Pinheiro e Sapucaia, foram absorvidas pela Ilha Universitária, que compreende uma superfície de cinco milhões e seiscentos mil metros quadrados. Será nessa Ilha, agora construída em ritmo acelerado, a Cidade Universitária. Vamos visitá-la e saber o que já foi feito e o que resta fazer para que a “cidade” fique pronta.

 

Padrão máximo em dez setores


Há uma ponte ligando a ilha do saber e da cultura ao continente. E mais outra, em construção, num ponto fronteiro ao Instituto de Manguinhos. Quem passa ao largo não avalia, de modo algum, a importância da grande obra, atualmente posta sob a direção do engenheiro Lucílio Briggs. A reportagem de A NOITE, durante várias horas, percorreu a Cidade Universitária, tendo por cicerone o Sr. Arlindo Araújo Gomes , posto à nossa disposição pelo Escritório Técnico. Vários quilômetros de avenidas asfaltadas facilitaram o nosso turismo pela cidade. Aliás, todos os dias há turistas, principalmente estrangeiros, percorrendo a obra. E todos se retiram maravilhados. Na hora das comparações, afirmam que não há, em todo mundo, um núcleo universitário tão completo e moderno e que incorpore na sua concepção as últimas conquistas da moderna pedagogia do Ensino Superior.

Realmente, pelos dados que nos foram fornecidos, concluímos que a Cidade Universitária enfeixará o padrão máximo em todos os dez setores da sua divisão pedagógica, que são os seguintes: primeiro – Reitoria, Biblioteca, Museu e Planetário; segundo – Filosofia, Ciências, Letras e Educação; terceiro – Ciências Sociais, Jurídicas, Políticas, Econômicas e Administrativas; quarto – Medicina, Odontologia, Farmácia e Enfermagem; quinto- Engenharia, Química, Tecnologia. Eletrotécnica e Física Nuclear; sexto – Arquitetura, Urbanismo, Belas Artes, Música e Teatro; sétimo – Educação Física e Desportos. Seguem-se os setores complementares, que são: oitavo – Residencial para professores, estudantes e funcionários; nono – Prefeitura e Serviços Auxiliares e, décimo: Setor Florestal e Zoológico.

Depois de pronta – o que levará ainda alguns anos – a Cidade Universitária, inteiramente edificada, abrigará , uma população de 50 mil pessoas, superior, portanto, à de numerosos municípios do interior. Somente para os diferentes setores do ensino superior, serão construídos 26 edifícios de grande porte. Atualmente, limitados pelas disponibilidades dos recursos, trabalhos em marcha estão sendo concentrados na construção do Hospital de Clínicas , da Faculdade Nacional de Engenharia, Faculdade Nacional de Arquitetura, nova ponte de Manguinhos, nas oficinas gráficas e em obras de urbanização. As ruas, muitas já pavimentadas, serão arborizadas e várias praças terão um ajardinamento adequado. Para esse fim já estão sendo preparadas, nos três hortos, próprios da Cidade Universitária, mais de 50 mil mudas. Eis, em resumo, o que pode ser dito e escrito, para o conhecimento dos leitores, sobre a Cidade Universitária e o seu todo como obra de grande envergadura e, mesmo, de repercussão internacional, dados o estilo e a amplitude do conjunto, que a elevam à categoria das mais modernas e completas do mundo. De todo esse conjunto, uma obra já se encontra pronta, acabada e funcionando: a do Instituto de Puericultura. Outra será inaugurada em julho próximo: a do Hospital de Clínicas e a da Faculdade Nacional de Engenharia. Encontra-se pronto, igualmente, um dos alojamentos de alunos. Essas obras, pela importância dos seus detalhes, serão objeto de uma segunda reportagem de A NOITE sobre a Cidade Universitária.

  

Pesquisado e transcrito por

Antonio José Barbosa de Oliveira
Professor do CBG/UFRJ e colaborador da Divisão de Memória
antoniojosearrobafacc.ufrj.br
 

 

“A Cidade Universitária não é obra de fachada”

 

O Engenheiro Horta Barbosa retifica conceitos emitidos pelo Prof. Muniz de Aragão – Soluções Urbanísticas e Arquitetônicas Premiadas em Duas “Bienais” e na Exposição Internacional de Bruxelas.

Esclarecendo o que há de positivo em torno da Cidade Universitária, o Engenheiro Luiz Hildebrando Horta Barbosa, Ex-Chefe do Escritório Técnico daquela Universidade, ora no B.N.D.E., prestou-nos as seguintes declarações:

- Por ocasião da aula Inaugural dos cursos universitários, na Universidade do Brasil, o Prof. Raimundo Muniz de Aragão historiou o surgimento das universidades européias, bem como o seu florescimento nos Estados Unidos e na América Espanhola, em contraste com a sua total ausência no Brasil, não obstante os esforços jesuíticos. Tem razão ao assinalar que a maior deficiência que se recente a Universidade Brasileira, decorre da Inexistência do próprio ambiente universitário .


A ilha universitária

O problema da localização foi então superado e posto em equação norteado pelo propósito, que até aí não se cogitara, de colocar a Cidade Universitária ao alcance fácil e econômico da generosidade dos estudantes. Poucos dispunham de automóvel ou de sobras de dinheiro para transportes diários a longa distância. Além disso, o tempo que perdiam em viagem era roubado dos estudos. E, como resultado da soma de todos estes fatores. A Cidade Universitária , aí está, construída numa ilha, perto do centro urbano e que, por sua vez, foi preparado para recebê-la. A Ilha Universitária do Estado da Guanabara, foi feita com a incorporação de nove outras que se espalhavam pela baia, entre a Ponta do Caju e a Ilha do Governador. Todas elas, a do Fundão, Baiacu, Cabras, Pindaí do Ferreira, Pindaí do França, Bom Jesus, Catalão, Pinheiro e Sapucaia, foram absorvidas pela Ilha Universitária, que compreende uma superfície de cinco milhões e seiscentos mil metros quadrados. Será nessa Ilha, agora construída em ritmo acelerado, a Cidade Universitária. Vamos visitá-la e saber o que já foi feito e o que resta fazer para que a “cidade” fique pronta.


Padrão máximo em dez setores

Há uma ponte ligando a ilha do saber e da cultura ao continente. E mais outra, em construção, num ponto fronteiro ao Instituto de Manguinhos. Quem passa ao largo não avalia, de modo algum, a importância da grande obra, atualmente posta sob a direção do engenheiro Lucílio Briggs. A reportagem de A NOITE, durante várias horas, percorreu a Cidade Universitária, tendo por ciceroni o Sr. Arlindo Araújo Gomes , posto à nossa disposição pelo Escritório Técnico. Vários quilômetros de avenidas asfaltadas facilitaram o nosso turismo pela cidade. Aliás, todos os dias há turistas, principalmente estrangeiros, percorrendo a obra. E todos se retiram maravilhados. Na hora das comparações, afirmam que não há, em todo mundo, um núcleo universitário tão completo e moderno e que incorpore na sua concepção as últimas conquistas da moderna pedagogia do Ensino Superior.

Realmente, pelos dados que nos foram fornecidos, concluímos que a Cidade Universitária enfeixará o padrão máximo em todos os dez setores da sua divisão pedagógica, que são os seguintes: primeiro – Reitoria, Biblioteca, Museu e Planetário; segundo – Filosofia, Ciências, Letras e Educação; terceiro – Ciências Sociais, Jurídicas, Políticas, Econômicas e Administrativas; quarto – Medicina, Odontologia, Farmácia e Enfermagem; quinto- Engenharia, Química, Tecnologia. Eletrotécnica e Física Nuclear; sexto – Arquitetura, Urbanismo, Belas Artes, Música e Teatro; sétimo – Educação Física e Desportos. Seguem-se os setores complementares, que são: oitavo – Residencial para professores, estudantes e funcionários; nono – Prefeitura e Serviços Auxiliares e, décimo: Setor Florestal e Zoológico.

Depois de pronta – o que levará ainda alguns anos – a Cidade Universitária, inteiramente edificada, abrigará , uma população de 50 mil pessoas, superior, portanto, à de numerosos municípios do interior. Somente para os diferentes setores do ensino superior, serão construídos 26 edifícios de grande porte. Atualmente, limitados pelas disponibilidades dos recursos, trabalhos em marcha estão sendo concentrados na construção do Hospital de Clínicas , da Faculdade Nacional de Engenharia, Faculdade Nacional de Arquitetura, nova ponte de Manguinhos, nas oficinas gráficas e em obras de urbanização. As ruas, muitas já pavimentadas, serão arborizadas e várias praças terão um ajardinamento adequado. Para esse fim já estão sendo preparadas, nos três hortos, próprios da Cidade Universitária, mais de 50 mil mudas. Eis, em resumo, o que pode ser dito e escrito, para o conhecimento dos leitores, sobre a Cidade Universitária e o seu todo como obra de grande envergadura e, mesmo, de repercussão internacional, dados o estilo e a amplitude do conjunto, que a elevam à categoria das mais modernas e completas do mundo. De todo esse conjunto, uma obra já se encontra pronta, acabada e funcionando: a do Instituto de Puericultura. Outra será inaugurada em julho próximo: a do Hospital de Clínicas e a da Faculdade Nacional de Engenharia. Encontra-se pronto, igualmente, um dos alojamentos de alunos. Essas obras, pela importância dos seus detalhes, serão objeto de uma segunda reportagem de A NOITE sobre a Cidade Universitária.

  

Pesquisado e transcrito por

Antonio José Barbosa de Oliveira
Professor do CBG/UFRJ e colaborador da Divisão de Memória
antoniojosearrobafacc.ufrj.br
  

 

Uma Cidade para 30 mil Universitários

 

Em funcionamento o Instituto de Puericultura – Breve a conclusão do Hospital de Clínicas – Um arsenal de cultura na Baia de Guanabara


RIO, (Agência Nacional) – Na Cidade Universitária que está sendo construída no terreno resultante da junção, feita por aterro, de um arquipélago de nove ilhas da baia de Guanabara, já se encontra em pleno funcionamento o Instituto de Puericultura. Dispõe de 16 mil metros quadrados de piso e foi construído em três blocos interligados, com as seguintes dependências: ambulatório com capacidade para atender a 400 crianças por dia, hospital com cinco enfermarias e 170 leitos, além de abrigo maternal, banco de leite materno e pupileira, O edifício do Instituto está localizado no setor médico, entre o hospital de clínicas e a maternidade escola.


Hospital de Clínicas

A maior obra da Cidade Universitária será o Hospital de Clínicas, que está sendo construído numa área de 240 mil metros quadrados. Em cada uma das 16 clínicas que ali serão instaladas haverá 104 leitos, ambulatório completo, laboratórios, salas e anfiteatros para ensino, consultórios privativos para professores e ainda 152 quartos particulares. O edifico da Faculdade Nacional de Arquitetura já se encontra em fase de acabamento e constará de quatro blocos interligados, dispondo de todos os requisitos necessários ao fim a que se destina. Outra parte também em construção é a correspondente à Escola Nacional de Engenharia, cujo edifício constará de oito blocos.


Programa do próximo ano

As unidades em construção logo em funcionamento, independentemente da conclusão da Cidade Universitária, cujas obras gerais prosseguem ativamente, A Cidade foi projetada para uma lotação inicial de 15 mil e quinhentos estudantes, mas poderá comportar 30 mil. Os estudos urbanísticos, bem como o planejamento da grandiosa obra previram todos os aspectos da mesma, de modo a funcionarem ali, com o máximo de eficiência , dependências especializadas de todos os setores de ensino universitário. O acesso à Cidade Universitária será feito por duas pontes, uma já existente e outra em fase de construção.

 

Pesquisado e transcrito por

Antonio José Barbosa de Oliveira
Professor do CBG/UFRJ e colaborador da Divisão de Memória
antoniojosearrobafacc.ufrj.br
 

 

Durante a Aula de Sapiência Estudantes Criticam Política Econômica

 

Estudantes Promoveram Aula Pública nas Escadarias da Câmara dos Deputados

Centenas de estudantes da Capital da República ontem, por volta das 14 horas, às escadarias da Câmara dos Deputados onde a União Metropolitana dos Estudantes fez realizar uma aula pública em que foram abordados vários aspectos das deficiências de instalações das nossas Faculdades, apontando-se finalmente como solução a aprovação de verbas destinadas ao prosseguimento das obras da Cidade Universitária.

Ao final da aula, falaram vários representantes de diretórios acadêmicos. O representante do CACO, da Faculdade Nacional de Direito, fez, naquela ocasião , críticas à política econômica do atual governo, dizendo mesmo que os homens públicos não se interessam pela salvação de nossa economia. O universitário defendeu a tese de que os dirigentes da Nação deveriam, antes de mais nada, cuidar do ensino brasileiro para que os futuros mandatários do país não incidam nos mesmos erros de hoje.

 

Passeata

Os estudantes vieram em passeata, desde de suas faculdades até ao Palácio Tiradentes. Os acadêmicos de engenharia ostentavam uma faixa onde se lia: Aqui (na Câmara) é a sede provisória ( ou definitiva ) da Cidade Universitária. Em outros cartazes lia-se:

Cidade Universitária: sonho de ontem , sonho de hoje, realidade quando? e mais adiante:

Verba para cavalos: 500 milhões; verba para Cidade Universitária: 170 milhões.

também os Cadillacs não escaparam a critica dos estudantes. Vimos um cartaz que dizia:

Srs. Deputados: fiquem com os Cadillacs, mas terminem a Cidade Universitária. e outros mais:

Senhores. Deputados: prorroguem seus mandatos mas não prorroguem as obras da nossa Cidade Universitária.


A aula

Dando início à aula, o líder universitário Fernando Dias declarou:

Nós da UNE estamos aqui com os universitários cariocas para ver se conseguimos acordar o Congresso para a grave situação do ensino e alertá-los de sua responsabilidade para com a construção da Cidade Universitária. Passo a palavra ao Diretor de nossa faculdade, o jovem Pedro Carlos Teixeira, presidente do Centro Acadêmico Carlos Chagas.

Com a palavra, Pedro Carlos declarou que ali estava, juntamente com seus colegas, no intuito de ilustrar um pouco os deputados para ver se aprendem o que lhes falta devido às deficiências do ensino de sua época, que até hoje persistem. Passou então a palavra ao Catedrático para o inicio da aula. E Wilson Romano Calil iniciou sua aula que durou quase 1 hora e quarenta minutos. Durante esse período vários deputados apartearam. Foram eles: Adalto Lucio Cardoso, Benjamim Farah, Lopo Coelho, Frota Aguiar e Mario Martins, todos em apoio à campanha dos estudantes. Ouviram-se gritos por deputados da maioria, porém nenhum deles apareceu.

  

Pesquisado e transcrito por

Antonio José Barbosa de Oliveira
Professor do CBG/UFRJ e colaborador da Divisão de Memória
antoniojosearrobafacc.ufrj.br
 

 

Semiparalisada a Cidade Universitária

 

As obras são executadas em marcha-lenta, porque os recursos são insuficientes - O exemplo do México, onde se edificou obra semelhante em quatro anos - Fala à reportagem de A NOTICIA o engenheiro Horta Barbosa

Quem conhece as instalações das nossas escolas superiores, de todas sem exceções, sabe perfeitamente que a construção da Cidade Universitária, cujas obras foram iniciadas há seis longos anos, é um empreendimento da mais absoluta necessidade e urgência para o desenvolvimento do ensino. E o govêrno não ignora esse problema. Entretanto, nada faz para soluciona-lo prontamente, pelo menos essa é a impressão que se vem tomando conhecimento do ritmo assinalado na marcha das obras da Cidade Universitária.

Enquanto isso, a formação profissional dos estudantes continuará a ressentir-se consideravelmente, porque as escolas funcionam em prédios velhos, com acomodações precárias e inadequadas e não dispõem de equipamento moderno e indispensável.


Parcos recursos

Ontem, em contacto com a nossa reportagem, o engenheiro Luís Hildebrando Horta Barbosa, chefe do Escritório Técnico da Universidade do Brasil, teve ocasião de esclarecer a razão pela qual caminham lentamente as obras da Cidade Universitária.

De inicio, declarou-nos o seguinte : “ Se os recursos financeiros fôssem suficientes, a Cidade Universitária já poderia estar totalmente construída ou, na pior das hipóteses, em suas ultimas etapas. Entretanto, com os meios de que dispomos, anualmente, não é possível acelerar a construção.~”


O exemplo do México

“Não seria irrealizável – acrescentou- construí-la em 6 ou 7 anos, no máximo . Na própria América Latina temos exemplo de um país onde, em 4 anos, se construiu uma cidade universitária, com capacidade para 28 mil alunos. Refiro-me ao majestoso conjunto de estabelecimentos de ensino edificado, em estilo azteca, na cidade de Pedregal, no México, a pouco mais de 20 quilômetros da sua capital. Portanto, já não digo que se fizesse em quatro anos, como naquele país, mas em seis anos poderíamos entregar completamente concluídas as obras de que fomos encarregados”.


De 400 milhões para 180

Diz, em prosseguimento, o nosso entrevistado que os recursos são muito escassos, de forma que não pode prever quando estará terminada a construção da Cidade Universitária. “Este ano, por exemplo, solicitamos uma verba de 400 milhões, porém, essa importância ficou reduzida, no Orçamento, para 180 milhões, menos da metade do que precisavamos.”- aduziu o engenheiro Horta Barbosa.

Recorda, em seguida, os trabalhos preliminares levados a efeito, ou seja, a unificação das 9 ilhas pequenas, formando uma só, a ilha universitária, que compreende uma área de 600 hectares , bem como o saneamento da zona. Tudo isso que representa uma obra de vulto, conforme nos informou, foi feito em tempo relativamente curto.

E, encerrando suas declarações, afirmou:

“- Conforme é sabido, já está pronto e em funcionamento há mais de ano e meio o Instituto de Puericultura, destinado a ambulatório de higiene infantil. Todavia, falta muita coisa ainda, como as instalações para Arquitetura, Engenharia, Hospital de Clinica e outras. Conforme acentuei acima, a maior ou menor rapidez na execução das obras está na dependência exclusiva de verba.”

Perguntamos, ainda ao chefe do Escritório Técnico da Universidade do Brasil, sobre o motivo pelo qual os poderes públicos não forneciam as verbas necessárias para abreviar aquela importante construção. Porém, s.s., delicadamente, nos advertiu de que era, apenas, o engenheiro e a nossa indagação encerrava questões que escapavam de sua alçada.

 

Pesquisado e transcrito por

Antonio José Barbosa de Oliveira
Professor do CBG/UFRJ e colaborador da Divisão de Memória
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