Memória da UFRJ durante a ditadura civil-militar
A constituição desse acervo de História Oral faz parte das pesquisas que a Divisão de Memória Institucional/SiBI/UFRJ desenvolve e tem como principal objetivo analisar a trajetória da Universidade, dos seus lugares de memória e do seu corpo social durante a ditadura civil-militar, dessa forma, refletindo sobre os impactos da repressão dentro da instituição, sobre os movimentos sociais de resistência e oposição à ditadura e sobre a colaboração dos grupos conservadores que dentro da Universidade apoiaram a ditadura no Brasil.
Para Marieta de Moraes Ferreira* (2002), os usos políticos do passado possibilitam que as entrevistas orais sejam vistas como memórias que espelham determinadas representações. Assim, as possíveis distorções dos depoimentos e a falta de veracidade a eles imputada podem ser encaradas de uma nova maneira, não como uma desqualificação, mas como uma fonte adicional para a pesquisa. Segundo a historiadora, a memória invade o cotidiano, mas na maioria das vezes apenas como mais um produto para satisfazer parcialmente uma demanda por identidade, e torna-se assim uma “memória domesticada”.
*FERREIRA, Marieta de Moraes. História, tempo presente e história oral. Topoi. Rio de Janeiro, n.5, p.314-332, 2002.
A entrevistas são transcritas e podem ser consultadas pelo público mediante preenchimento de formulário de solicitação enviando e-mail para O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..
Até o momento, foram realizadas as seguintes entrevistas sobre o contexto da ditadura civil-militar na UFRJ:
(Ordem cronológica)
FERREIRA, Marieta de Moraes. Marieta de Moraes Ferreira. Entrevistadora: Andréa Cristina de Barros Queiroz. Rio de Janeiro: UFRJ/SiBI/DMI, 22 nov. 2022. Transcrição de vídeo. Entrevista concedida ao "Memória da UFRJ durante a ditadura civil-militar".
CASTRO, Josué Fernando de. Josué Fernando de Castro. Entrevistadora: Andréa Cristina de Barros Queiroz. Rio de Janeiro: UFRJ/SiBI/DMI, 06 jun. 2023. Transcrição de vídeo. Entrevista concedida ao "Memória da UFRJ durante a ditadura civil-militar".
LOPES, José Sérgio Leite. José Sérgio Leite Lopes. Entrevistadora: Andréa Cristina de Barros Queiroz. Rio de Janeiro: UFRJ/SiBI/DMI, 28 jun. 2023. Transcrição de vídeo. Entrevista concedida ao "Memória da UFRJ durante a ditadura civil-militar".
RIBEIRO, Ana Maria Almeida. Ana Maria Almeida Ribeiro. Entrevistadora: Andréa Cristina de Barros Queiroz. Rio de Janeiro: UFRJ/SiBI/DMI, 11 jun. 2025. Transcrição de vídeo. Entrevista concedida ao "Memória da UFRJ durante a ditadura civil-militar".
Exposição SiBI 35 Anos
Exposição SiBI 35 Anos
O Sistema de Bibliotecas e Informação (SiBI) foi criado em 1989 a fim de promover a integração entre as bibliotecas da Universidade Federal do Rio Janeiro (UFRJ) com a política educacional e administrativa da instituição. Tornando-se um órgão suplementar do Fórum de Ciência e Cultura (FCC), atualmente gerencia 43 bibliotecas da UFRJ.
O SiBI tem acompanhado a evolução exponencial da tecnologia nas últimas décadas, as quais vem revolucionando o trabalho dos bibliotecários em seus serviços e produtos.
No começo, a introdução das estações de trabalho, a informatização de processos, tecnologias de comunicação, a internet, até a recente popularização das inteligências artificiais, que vem causando um impacto significativo nas práticas das bibliotecas, visando agilidade e precisão em suas práticas.
Nos seus 35 anos, o SiBI segue se aprimorando no trabalho para a melhoria da qualidade dos recursos informacionais, permanecendo atento às evoluções tecnológicas que surgem e às suas aplicações que venham colaborar para o desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão na UFRJ.
Nesta exposição virtual narramos um resumo dessa História.
Paula Maria Abrantes Cotta de Mello
Clique no ícone abaixo para visitar a exposição virtual:
Efemérides
Efemérides
O centenário da Orquestra Sinfônica da UFRJ
Memória SiBI
Em sua forma mais elementar, as narrativas de história oral não são mais do que uma ferramenta adicional na panóplia de fontes do historiador - e assim, estão sujeitas ao mesmo escrutínio crítico que todas as outras fontes, a fim de averiguar sua confiabilidade e usabilidade. (Alessandro Portelli)*
* PORTELLI, Alessandro.História Oral como arte da escuta. São Paulo: Letra e Voz, 2016.
A Divisão de Memória Institucional do Sistema de Bibliotecas e Informação da Universidade Federal do Rio de Janeiro desenvolve o trabalho de preservação e divulgação da memória do SiBI com a metodologia de História Oral, coletando informações sobre a trajetória das bibliotecárias e bibliotecários que fazem e fizeram parte do Sistema. A primeira bibliotecária entrevistada foi Fátima Raposo, que contribuiu na contrução de um sistema integrado unindo as Bibliotecas na UFRJ sob uma coordenação.
A entrevistas são transcritas e podem ser consultadas pelo público mediante preenchimento de formulário de solicitação enviando e-mail para O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo..
Entrevista realizada:
RAPOSO, Fátima. Fátima Raposo. Entrevistadora: Andréa Cristina de Barros Queiroz. Transcrição: Virgínia Villas Boas Castelhano Borges. Rio de Janeiro: Biblioteca Pedro Calmon: SiBI/UFRJ, 17 abr. 2024.
Os 60 anos de 1964 e os impactos na UFRJ
EXPOSIÇÃO
Os 60 anos de 1964 e os impactos na UFRJ
Em 2024, completamos sessenta anos do golpe militar que instaurou uma longa ditadura civil-militar durante 21 anos no país. A fim de rememorar os impactos desse passado autoritário no cotidiano da Universidade Federal do Rio de Janeiro e em seu corpo social estamos divulgando, nesta exposição virtual, as pesquisas que desenvolvemos na Divisão de Memória Institucional do Sistema de Bibliotecas e Informação da UFRJ, como também as pesquisas que desenvolvi no meu projeto de pós-doutorado em História Social do Programa de Pós-Graduação em História Social da UFRJ.
Esta exposição está organizada em cinco eixos temáticos: 1º) Controle e patrulhamento; 2º) Coerção e invasões; 3º) Resistência e movimentos sociais; 4º) Expurgos; 5º) Memória, Verdade e Justiça.
Inauguramos a exposição com o debate sobre a questão da vigília constante sobre o corpo social da Universidade, promovida tanto por seus pares e gestores, quanto pelos órgãos de controle e coerção do regime ditatorial, ao identificarmos vários inquéritos policiais militares e o acervo iconográfico do Serviço Nacional de Informação (SNI) antes mesmo do golpe e dossiês sobre o cotidiano da vida universitária. O que se desdobra para o próximo eixo quando demonstramos as invasões aos diferentes campi da UFRJ pelas forças policiais militares registradas por alguns veículos de comunicação e relatórios dos reitores à época disponíveis em nosso acervo sobre a Memória dos Reitores. Dentre essas invasões, destacamos o Massacre da Praia Vermelha, quando as forças policiais invadiram a Faculdade Nacional de Medicina deixando seiscentos estudantes feridos, em 23/09/1966, e a Sexta-feira Sangrenta quando cerca de quatrocentos estudantes foram feridos dentro do Teatro de Arena da Praia Vermelha, em 21/06/1968.
A seguir, identificamos a oposição e a resistência à ditadura promovida pelos movimentos sociais dentro do ambiente universitário, sobretudo, pela atuação do movimento estudantil. No eixo seguinte, detalhamos as perseguições e cassações sofridas pelo corpo social universitário, e por fim, enfatizamos o trabalho de memória que a instituição vem promovendo a fim de denunciar e refletir a violação de direitos humanos que foram cometidos durante esse período autoritário, com especial destaque para a criação e as ações efetivas da Comissão da Memória e Verdade da UFRJ e os resultados do projeto de pesquisa “A UFRJ e a ditadura civil-militar” da Divisão de Memória Institucional/SIBI/UFRJ que se desdobra inclusive nesta exposição.
Por fim, ressaltamos que como legado, destas pesquisas, estamos organizando um acervo de História Oral sobre a trajetória dos professores cassados pela Universidade durante este período histórico. Além disso, desenvolvemos um levantamento da produção acadêmica disponível nas Bibliotecas da UFRJ como forma de divulgação da memória científica destes professores. Lembrar é resistir! Ditadura nunca mais!
Andréa Cristina de Barros Queiroz
Historiadora da UFRJ
Diretora da Divisão de Memória Institucional/SIBI/UFRJ
Consulte aqui a produção intelectual dos professores cassados pela UFRJ durante a ditadura civil-militar (1964-1985) na Base Minerva.
Consulte aqui a listagem dos estudantes da UFRJ perseguidos e cassados pela ditadura civil-militar (1964-1985).
Acesse a exposição virtual no ícone abaixo: